quinta-feira, maio 28, 2009

Males da Educação

Diz a sondagem da Visão de hoje que os males da Educação são culpa dos alunos: não querem estudar.

Eu percebo-os.
Tirar um curso para ficar no desemprego é capaz de não valer a pena...

quinta-feira, maio 21, 2009

José Carlos

O objecto

"Há que dizer-se das coisas
o somenos que elas são.
Se for um copo é um copo
se for um cão é um cão.
Mas quando o copo se parte
e quando o cão faz ão ão?
Então o copo é um caco
e um cão não passa dum cão.

Quatro cacos são um copo
quatro latidos um cão.
Mas se forem de vidraça
e logo forem janela?
Mas se forem de pirraça
e logo forem cadela?

E se o copo for rachado?
E se o cão não tiver dono?
Não é um copo é um gato
não é um cão é um chato
que nos interrompe o sono.

E se o chato não for chato
e apenas cão sem coleira?
E se o copo for de sopa?
Não é um copo é um prato
não é um cão é literato
que anda sem eira nem beira
e não ganha para a roupa.

E se o prato for de merda
e o literato for de esquerda?
Parte-se o prato que é caco
mata-se o vate que é cão
parte prato sape gato
vai-te vate foge cão

Assim se chamam as coisas
pelos nomes que ela são."

José Carlos Ary dos Santos

terça-feira, maio 19, 2009

Educação Sexual na Escola




Há quase 20 anos que acompanho a novela da Educação Sexual na Escola.


O assunto é assunto quando os jornais o resolvem chamar à primeira página. Pobre país ao sabor de critérios editoriais...

Há no entanto questões que passam sistematicamente ao lado da discussão e que alimentam equívocos:

Estudos provam que nos países onde a ES foi implementada têm idades de início de actividade sexual mais tardio; Daniel Sampaio já disse isto várias vezes mas a imprensa teima em ignorar; era interessante divulgar esses estudos para acabar com o argumento de que introduzir o tema nas escolas é empurrar as crianças para um início precoce da sua vida sexual; que Pais perante a evidência de que a ES protege os seus filhos - de gravidezes adolescentes e de doenças sexualmente transmissíveis - quererão continuar com a cabeça enterrada na areia?

A obrigatoriedade do tema ser tratado na Escola esbarra em sectores conservadores da sociedade e muitos pais; mas então, os pais que assinem um termo de responsabilidade, comprometendo-se a nunca recorrer ao Serviço Nacional de Saúde para resolver as ditas gravidezes indesejadas ou as DST; se querem o direito a escolher para os seus filhos o risco, então assumam o dever de o reparar sem que tenhamos todos nós -os contribuintes -de o suportar...
E já agora escolham também se querem que os seus filhos tenham Matemática, essa coisa chata que só serve para tirar negativas e cuja utilidade está por provar...

Os professores resistem à Educação Sexual na Escola; ao contrário dos médicos, enfermeiros e técnicos de acção social não assistem ao resultado da falta de Educação Sexual : é nos hospitais que se se vê a indigência educativa nesta área, as vidas ameaçadas, os futuros comprometidos.
Percebo os professores, claro que os percebo. Também dei aulas de Ciências e o sistema reprodutor humano. Mas na minha formação de base estudei Reprodução tempo suficiente para falar sobre o tema sem corar perante uma turma de adolescentes de um metro e oitenta que nos perguntam: E como foi a sua primeira vez stôra?...

A maioria das barreiras seria eliminada se fossem técnicos de Saúde a dar as aulas de ES; mas estará o Minsitério da Saúde disposto a pagar a conta desta tarefa?

E, fazendo à americana, um resumo no final:

O jornalismo de rosto humano é o que serve as pessoas: ir ao fundo das questões é o único formato aceitável.

Convoquem as igrejas e os pais conservadores para as equipas que recebem jovens para abortar ou com DST: talvez a realidade faça efeito.

Não brinquem com a Escola, é um assunto sério.

E eu tenho duas filhas em Portugal...

segunda-feira, maio 18, 2009

Pequenas coisas


As pequenas coisas povoam os dias.

O que eu gostava de ter sabido há vinte anos


Que a vida é curta.

Que nos momentos muito difíceis muito pouca gente nos abraça.

Que as coisas realmente importantes são poucas.

Que para mudar o mundo é preciso sermos nós a dar o primeiro passo.

sexta-feira, maio 15, 2009

Eu já nem digo bom senso e sensibilidade

Já só se pede um bocadinho de vergonha na cara.

Em Inglaterra um mega escândalo mostra como os dinheiros públicos são utilizados para pagar despesas pessoais dos políticos. Gosto especialmente do requinte mesquinho da deputada que pediu o reembolso de 87 cêntimos gastos em duas latas de comida para cão ( Visão, pág. 66)

Por cá temos o financiamento em dinheiro vivo das campanhas.

É como diz a Inês Pedrosa: Votem uns nos outros...