segunda-feira, janeiro 24, 2011

Eleições e isso

Tirando a anedota do cartão de eleitor - quando a tecnologia é tão mas tão à frente que deixa as pessoas para trás - as eleições são o que são.

Gostei do voto em branco ter triplicado - uma mensagem clara sobre o desencanto pelo que se apresenta à escolha dos eleitores.

Gostei de o Fernando Nobre ter tido uma votação expressiva - sublinhando, tal como quando Manuel Alegre teve um milhão de votos - que muitas pessoas estão fartas até à naúsea dos partidos tal como são e estão em Portugal. Aliás, a soma de todos os votos "não partidários" é esmagadora e isso sim é relevante.
Mas num país onde a morte de um "cronista social" ocupa a atenção de toda a comunicação (?) social, durante mais tempo que tantos factos decisivos para a nossa vida, quem sou eu para classificar alguma coisa de relevante?...

A abstenção aflige-me. É o deixar cair de braços, é o encolher de ombros, é o não vale a pena...

E quando não vale a pena, de que vale a pena poder votar?

A gaffe do cartão de eleitor veio só sublinhar um fenómeno silencioso no nosso país que é a marginalização dos infoexluídos; em 2010 apenas 53,7% dos lares portugueses têm computadores com ligação à net. No entanto, muitas medidas tomadas no "Portugal Tecnológico" optam por ignorar olimpicamente esta realidade, que deixa de fora muitas pessoas que pela idade, pela realidade profissional, social ou outra não têm acesso ao eldorado da internet.
Quer isto dizer que essas pessoas são de segunda?

Ou quer dizer que quem pensa, desenha e implementa estas medidas são pseudoyuppies, demasiado jovens e ignorantes para saber o valor do respeito pelos outros?
Todos os outros!

E agora, meus amigos mais 5 anos de Cavaco.
A cantar desde 1985...

P.S. Lula de Silva foi o presidente do Brasil que, entre outras coisas, deixou um país a crescer 7% ao ano e que fez subir para a classe média 90milhões de brasileiros.
Disse, quando foi eleito, que muitos tinham a certeza que um operário não poderia governar um país.
E, provavelmente, Lula da Silva não teria no primeiro mandato, muitas noções de protocolo, conhecimento dos dossiers internacionais, o à vontade que circular entre os grandes do mundo permite.

Não foi impedimento, não foi importante e Lula deixou obra.
Se calhar, para fazermos algo de realmente bom pelos outros é mesmo preciso ter por lá passado...

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Ora aí está uma boa máxima


Macro Economia para tótós




Ou dito de outra maneira, não há almoços grátis.




terça-feira, janeiro 11, 2011

Jornalismo


Eu não sei se o DN é isento.
Mas, no actual panorama, de mistura de informação com opinião, lobby e pressões das mais variadas ordens, a gências de comunicação e media trainning, agendamento a gosto e outros quejandos, gosto de ver um trabalho que tem seis meses de pesquisa por trás e que se propõe fazer jornalismo, isto é, fornecer informação para que possamos ler a realidade e decidir.
Por mim compro o DN.
Embora compreenda que o resto de Portugal prefira a Bola...

Providências e caldos de galinha




Providências cautelares.
Caldos de galinha.
E mais umas botas, não seriam suficientes para colocar Portugal no caminho, primeiro porque ninguém traçou um caminho e, sendo assim, um país limita-se a navegar à vista.

Segundo: o Povo é fraquinho, já dizia a minha Mãe...

Ora um pais sem rumo, habitado por gente mole espera o quê?
Milagres pois claro.

Que amanhã nos calhe o euromilhões, que morra um parente rico ou que dê a louca em alguém - de preferência um príncipe saudita entediado - e que o país seja comprado por alguém que o ponha finalmente no bom caminho.

Pois.

Eu sugeria que começassem por explicar às crianças (às vossas, às que apanharem a jeito) que a Coisa Pública é de todos. O Estado, essa coisa vaga e nebulenta, somos todos.

Por isso, cada vez que partem os estores da Escola é também a família lá em casa que paga, via impostos. Cada vez que encolhem os ombros à vista do desperdício da coisa pública - da água ao papel higiénico, passando pela luz do wc que fica acesa nas urgências do hospital - somos todos a pagar.

Cada vez que nos demitimos de opinar, sugerir, melhorar, votar, fazer, é mais um espacinho livre para um chico esperto levar a dele avante.

E oh! se há resmas de chicos espertos por aí...

Isto tudo a propósito das providências cautelares: todos os que levam com os cortes a empurrar com a barriga a data dos ditos. Para a frente. Para o éter. Que enquanto o pau vai e vem, vamos ali às férias na neve num instantinho...

Os outros que paguem a crise.

Visto do céu seria o país dividido em quintalinhos, corporaçõezinhas, todos muito unidos de mãozinhas ao céu: nós não, nós não pagamos a crise. Nós, por direito divino, canónico, supranumerário, excepcional, transnacional, não pagamos. Temos direito ao nosso salário superior ao dos outros mortais que habitam o país porque sim.
Somos iluminados, melhores, mais inteligentes, doutores.

Dou-tou-res.

Passo.