Providências e caldos de galinha

Providências cautelares.
Caldos de galinha.
E mais umas botas, não seriam suficientes para colocar Portugal no caminho, primeiro porque ninguém traçou um caminho e, sendo assim, um país limita-se a navegar à vista.
Segundo: o Povo é fraquinho, já dizia a minha Mãe...
Ora um pais sem rumo, habitado por gente mole espera o quê?
Milagres pois claro.
Que amanhã nos calhe o euromilhões, que morra um parente rico ou que dê a louca em alguém - de preferência um príncipe saudita entediado - e que o país seja comprado por alguém que o ponha finalmente no bom caminho.
Pois.
Eu sugeria que começassem por explicar às crianças (às vossas, às que apanharem a jeito) que a Coisa Pública é de todos. O Estado, essa coisa vaga e nebulenta, somos todos.
Por isso, cada vez que partem os estores da Escola é também a família lá em casa que paga, via impostos. Cada vez que encolhem os ombros à vista do desperdício da coisa pública - da água ao papel higiénico, passando pela luz do wc que fica acesa nas urgências do hospital - somos todos a pagar.
Cada vez que nos demitimos de opinar, sugerir, melhorar, votar, fazer, é mais um espacinho livre para um chico esperto levar a dele avante.
E oh! se há resmas de chicos espertos por aí...
Isto tudo a propósito das providências cautelares: todos os que levam com os cortes a empurrar com a barriga a data dos ditos. Para a frente. Para o éter. Que enquanto o pau vai e vem, vamos ali às férias na neve num instantinho...
Os outros que paguem a crise.
Visto do céu seria o país dividido em quintalinhos, corporaçõezinhas, todos muito unidos de mãozinhas ao céu: nós não, nós não pagamos a crise. Nós, por direito divino, canónico, supranumerário, excepcional, transnacional, não pagamos. Temos direito ao nosso salário superior ao dos outros mortais que habitam o país porque sim.
Somos iluminados, melhores, mais inteligentes, doutores.
Dou-tou-res.
Passo.
Caldos de galinha.
E mais umas botas, não seriam suficientes para colocar Portugal no caminho, primeiro porque ninguém traçou um caminho e, sendo assim, um país limita-se a navegar à vista.
Segundo: o Povo é fraquinho, já dizia a minha Mãe...
Ora um pais sem rumo, habitado por gente mole espera o quê?
Milagres pois claro.
Que amanhã nos calhe o euromilhões, que morra um parente rico ou que dê a louca em alguém - de preferência um príncipe saudita entediado - e que o país seja comprado por alguém que o ponha finalmente no bom caminho.
Pois.
Eu sugeria que começassem por explicar às crianças (às vossas, às que apanharem a jeito) que a Coisa Pública é de todos. O Estado, essa coisa vaga e nebulenta, somos todos.
Por isso, cada vez que partem os estores da Escola é também a família lá em casa que paga, via impostos. Cada vez que encolhem os ombros à vista do desperdício da coisa pública - da água ao papel higiénico, passando pela luz do wc que fica acesa nas urgências do hospital - somos todos a pagar.
Cada vez que nos demitimos de opinar, sugerir, melhorar, votar, fazer, é mais um espacinho livre para um chico esperto levar a dele avante.
E oh! se há resmas de chicos espertos por aí...
Isto tudo a propósito das providências cautelares: todos os que levam com os cortes a empurrar com a barriga a data dos ditos. Para a frente. Para o éter. Que enquanto o pau vai e vem, vamos ali às férias na neve num instantinho...
Os outros que paguem a crise.
Visto do céu seria o país dividido em quintalinhos, corporaçõezinhas, todos muito unidos de mãozinhas ao céu: nós não, nós não pagamos a crise. Nós, por direito divino, canónico, supranumerário, excepcional, transnacional, não pagamos. Temos direito ao nosso salário superior ao dos outros mortais que habitam o país porque sim.
Somos iluminados, melhores, mais inteligentes, doutores.
Dou-tou-res.
Passo.
2 Comments:
Mai nada!!!
Coisa pública é uma expressão que me provoca comichões privadas. manias...
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