quinta-feira, novembro 03, 2005

É uma cidade portuguesa com certeza

Estação de correios da província, 3 horas, espaço modernaço remodelado. Pois muito vermelho, pois muito aço tecnológico.

Dois funcionários. Três clientes. Uma máquina de tirar papelinhos com um número. Silêncio sepulcral. Depressão nacional.

Numa vitrina, produtos que alguém escolheu para estar à venda, a saber:
  • prontuário da Língua Portuguesa da Plátano ( Porquê a Plátano e não outra editora qualquer?);
  • um monte de folhas parecido com um livro de uma Margarida qualquer coisa Pinto (será parente da equipa de Marketing dos CTT? );
  • outras inutilidades.

Os funcionários do CTT (alguém me esclarece se os CTT são do Estado ou privados?) olham lentamente, respiram lentamente e deslocam-se lentamente, talvez para não a cordar a depressão nacional.

Os três clientes olham resignados para a ponta dos sapatos, a vitrine, o tecto ( não há moscas).

Tenho vontade de gritar e perguntar-lhes que raio estão todos a fazer, mas contenho-me.

Uma Senhora não grita.